FLANELINHAS DE BAGÉ
O Homem é o seu ofício? No caso, o brigadiano define o flanelinha como “manobrista” ou “mendigo”, que pratica mendicância. No campo dos “manobrista”, o flanelinha faz seu tipo: ocasionalmente, o flanelinha é manobrista. Faz os mesmos gestos que um manobrista: gesticula, olha para o motorista, espere o troco. Mas o flanelinha não é somente “manobrista”. O flanelinha também é “pedinte”, exigindo um real, no mínimo, perseguindo sua vítima, por até 50 m. O flanelinha também é informante de quadrilhas, por que observ a os movimentos de gentes e de materiais, em local privilegiado. O flanelinha também é morador de rua, ocupando pórticos de entradas, e jardins do Banrisul. O flanelinha também é um consumidor jovem, de refrigerantes e comidas rápidas. O flanelinha troca moedas e faz troco para pequenos comerciantes que toleram o mau-cheiro. O flanelinha ocupa o centro da cidade, como se fosse um morador da cidade, um cidadão, um igual. Ocupa o espaço pú blico, privatizando o espaço púb lico. O flanelinha impõe seu modo de vida e quer ser respeitado nesse papel. Age como uma ” gang”, uma “tribo”, uma quadrilha. Certamente que tem seus c ódigos de honra, como todo bandido. A q u estão é: como ficam os cidadãos de bem, perante esse ava nço da marginalidade em tomar conta das ruas da cidade?
leave a comment